O que para muitos era um
sinal de esperança de dias melhores financeiramente recentemente tem se
transformado em um pesadelo, após a decisão da juíza da 2ª Vara Cível
da Comarca de Rio Branco, Thaís Borges, que julgou procedente uma ação
do Ministério Público do Acre e suspendeu os pagamentos e a adesão de
novos contratos à empresa de marketing multinível Telexfree, no dia 18
deste mês.
Um exemplo disso é o
caso da cabeleireira Ana de Fátima, de 47 anos. Ela é divulgadora da
Telexfree há dois meses e vendeu um automóvel que possuía para investir
todo o valor na empresa pensando na formação profissional do filho, que
estuda o último ano do curso de medicina em uma faculdade da Bolívia.
“Peguei
meu carro, um Gol modelo 2000, e vendi por R$ 12 mil para investir na
Telexfree pensando que quando ele terminasse a faculdade pudesse ter o
dinheiro para poder investir na sua revalidação. Agora, estou com meu
dinheiro preso e sem carro. Ainda não tirei o valor que investi. Estamos
na esperança que a conta seja desbloqueada”, comenta.
Segundo Ana, caso os
pagamentos continuem bloqueados ela não sabe o que será do futuro já que
a renda que tira como cabeleireira não é suficiente para custear o
ensino do filho e o sustento mensal da família.
“Se
não desbloquear não sei o que vamos fazer sem dinheiro nenhum. Tenho
uma renda cerca de R$ 1,6 mil por mês e a faculdade custa R$ 1,2 mil.
Com o investimento da Telexfree a expectativa era receber cerca de R$
2,4 mil por mês”, lamenta.
Quem vive situação
semelhante ou até mais crítica é Rondinelly da Silva Boaventura, de 33
anos, que largou o emprego recentemente para se dedicar exclusivamente
ao trabalho na Telexfree.
Ele conta que investiu
aproximadamente R$ 30 mil há cerca de três meses, valor obtido também
através da venda de um carro, e ainda não recuperou o valor. Para
completar, sua esposa está gestante, o que deixa o divulgador ainda mais
preocupado.
“O
único bem que tínhamos era um carro, investimos porque estava todo
mundo dizendo que dava retorno, que veio para ajudar, mas pelo que
estamos vendo, infelizmente, estamos sendo prejudicados. Se estamos
ganhando dinheiro honestamente, não vejo necessidade de acontecer esse
tipo de situação do Poder Judiciário fazer isso com as pessoas. Se a
Telexfree não for liberada vamos ter que entregar nas mãos de Deus.
Ninguém sabe o que vai fazer”, afirma.
Fonte: Mais Patos
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